A introdução precoce de açúcar
Hoje falo de um tema que vem me preocupando bastante: a introdução precoce de açúcar.
Não estou falando sobre a criança de 3-4 anos comer um brigadeiro na festa ou aquele bolo gostoso na casa da avó, mas sim a ingestão precoce por crianças de 6, 7, 8 meses de “ complementos” alimentares ricos em farinhas açucaradas que vem disfarçadas e com a desculpa de serem enriquecidas com vitamina e minerais. Para que colocar uma dessas farinhas em cima de uma banana que já é super doce? A ingestão desse tipo de produto molda o paladar da criança, faz com que o doce da fruta passe a ser sem graça frente a todo o sabor gritante do açúcar em sua forma totalmente refinada.
O ministério da Saúde através do Guia alimentar para crianças menores de 2 anos pede que a ingestão de açúcar não seja feita antes dessa idade para que o paladar infantil seja preservado e formando de forma mais saudável. Essa não é uma missão impossível como muitos pais pensam porque se as escolhas alimentares forem saudáveis desde a introdução alimentar aos 6 meses o interesse e preferência da criança por doces vai ser bem menor. O que acontece é que se o hábito familiar for a ingestão de doces regular (chocolate, biscoitos doces…), a criança acaba entrando na mesma rotina. Então mais uma vez destaco o papel da família na formação do hábito familiar e peço para que os pais fiquem atentos a isso porque isso vai ser ponto importante em quadros de obesidade, resistência à insulina, perfil lipídico (colesterol) elevados e hipertensão arterial infantis.
Gabriela Maia
Nutricionista formada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) // Especialista em Nutrição Clínica Funcional (CVPE/UNICSUL-SP) // Especialista em fitoterapia (Instituto Brasileiro de Plantas Medicinais (IBPM/FIOCRUZ) // Professora de gastronomia funcional (CVPE)
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